quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Sobre o silêncio, em uma noite que chora
Porque é o silêncio que compõe os seres. O som do nascimento é o choro. O da morte é pausa. A pausa da vida, da dor, do amor e dos sons (e a própria vida é uma constante morte).
É no silêncio que o homem se encontra, se perde, se desespera e se aconchega. É no silêncio que se é. No ser a dois, melhor do que se perder em paixões e apegos, prefiro o silêncio Ser. Ser o silêncio da não-identificação com o que nasceu para machucar (os sofrimentos). Desidentifico-me da dor. Não me torno indiferente à ela, só não a sou. Eu silencio. Quer mais pura relação do que esta: a relação onde me permito Ser?
Mas, pergunto-me, como o silêncio é suportado (nos sentidos de ser dado suporte e de tolerar) por outrem? E como você, escasso leitor, suporta os silêncios que te permeiam?
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Melancolia
Conformismo que acompanha a solidão. O único alimento: o sal do pranto. O alimento, que da terra vem, não nutre nem desce. Em algum tempo, o corpo: alimento da terra.
Doce como Mel
Jogo teu sofrimento na parede, decidida a congelar meu corpo. Sofro porque tu sofres e eu contribuo com isso. Peço-te perdão com todo o coração e tu me tratas com desdém. Perco a fé na humanidade. Peço perdão pela culpa que gerei e não tive.
E me liberto da ilusão doce, que eu acreditava ser um Sonho, mas que me corrompia. E me liberto do peso que me fazia sofrer. Me liberto do teu fantasma. E dos que me sugavam.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Temperos, desejos e segredos
Lá do alto, tocou seu instrumento e cantou para que o outro escutasse seu pranto. Mas, obviamente, sua voz sussurrada não atingiria nem um raio de dez metros. O ar condensou ao sair dos pulmões. Misturaram-se com as nuvens do céu de inverno, com o cigarro e cobriram a lua, um pouco mais. No céu, além de nuvens e lua, haviam as estrelas. Dançaram todas, sincronizadas no ar. Como um sopro sobre uma mesa, contendo punhados ordenados de açúcares, canela em pó e pimentas rosas. Movimento. Vôo. Dança de estrelas. Planetas e pimentas.
Por querer em demasia
De tudo o que me destrói, a falta das palavras é a mais dilacerante. Não me permito escrever sobre você e te sentir nas pontas dos meus dedos. Não me permito esse desânimo. Intolerante. Que se vá tudo (com esse clichê), para nao voltar. O peso, a humilhação. Doações afetivas não se imploram, ao se entregar. Ignore meus carinhos e eu te supero, até o tempo findar.
Gotas
A chuva vem para relembrar amores, trazer sono e poesia. O frio solitário, acompanhado de pureza e paz, aconchega. Uma gota, uma catarse e uma Gestalt que se fecha. Solitude, carregada de sonhos que alimentam a Ănima.
O caminho reservado à nós
Fui sacana. Sem você saber, uni minha mão à tua e (da forma mais pura) seguimos no caminho que nos foi reservado. Claro que as mãos não foram carnalmente tocadas e o caminho não era feito de paus e pedras.
Nunca mais te encontrei. Teus olhos não devoraram mais os meus. Evitei até os monólogos que andavam ocorrendo entre nós. A forma mais pura aconteceu. Vi meu melhor em ti. E, ao te mirar com ternura, me amei um pouco mais.
Minha beleza
Se é o belo que tu buscas,
Olha os riscos da minha íris,
Os sulcos da minha epiderme.
Olha de perto a minha boca.
Pereba-me com o toque.
Devore-me com os olhos.
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Expulso
E depois de suportar tanta dor (por Alguém), resolveu se sufocar em cigarros e cervejas artesanais. Bebeu cada gole do amor que ficara omitido na ponta da língua. Tragou as últimas partículas do perfume alheio impregnado na manta. E, antes de adormecer, jorrou pela boca todas as impurezas que matavam. E, com o jorro abrupto que veio do estômago, criou forças e expeliu ao Alguém um "vai em busca da tua felicidade..."
Repele
Para ela, Ele mandava flores, escrevia cartas e dizia palavras bonitas. Para você, ondas de vocativos doces. Então, você apressou o tempo, por medo, e ele se cansou. Quanto a ela, ele ainda a ama... E como o faz.
Soltas
E é por tua essência que, apesar dos teus pesares, a verdade não pesa.
-
-
E tu, rapaz belo, assaz capaz de fazer medrar vivaz a rosa da paz no peito...
-
-
Ai desse corpo, que tanto doi, se resolver se Derramar em sangue e apodrecer antes do tempo.
E veio
E seu único prazer, naquela relação, era deixa-lá com a última palavra. No fundo, ele sabia que a última palavra era dele, pois a derradeira estava contida no seu silêncio.
Samba do choro
O caminhante segue seu caminho.
Ele é contra e seu caminho é tempo.Unidos são samba.
Samba de tropeços,
Movimentos,
Desacertos,
Desencontros e
Descontentamentos.
Samba de duas mãos.
Vai e vem.
E em uma das idas, um cruzamento.
Um encontro.
Um reinvento.
Um recomeço.
Um novo samba.
(por Um segundo.)
Me descompassa
Pouco sei falar, ou escrever, se não de desamor. A dor permanece cá em peito meu. Insisto na ideia de viver, e ser. Por quase um segundo, sou. Depois caio em desatinos e prantos efêmeros, de quem se perde querendo alcançar o próprio amor.
O vento é frio. O desencontro fere. O Amor medra em meio as ervas daninhas. E estas o sufocam. O sofrer pelo teu pesar se faz presente: "como pode alguém recusar o teu amor? Justo o teu...".
Carry you home / you belong to me
Vou te carregar pra casa
E cravar minhas unhas nas tuas costas.
Ouvir teus gritos de desejo e dor.
Misturar teu sangue, meu gozo e tua boca.
Quero estar sob o teu corpo
Para olhar dentro dos teus olhos,
Enquanto penetro em você.
E quero que teus lábios lambuzados digam "eu te Amo", como quem implora sedento pelo prazer.
Minhas mãos nos teus seios quentes,
Tua língua faminta em mim.
Meus dentes rasgam tua carne
Porque eu sei que teu coração e teu corpo...
Vou te carregar pra casa
E cravar minhas unhas nas tuas costas.
Ouvir teus gritos de desejo e dor.
Misturar teu sangue, meu gozo e tua boca.
Rasgar tua carne com meus dentes
Porque eu sei que teu coração e teu corpo...
Me pertencem.
Você é toda minha.
E eu sou todo teu.
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Aos impulsos
Não entendo meias palavras, ou a falta delas. Tampouco as mudanças repentinas, de um corpo estranho. Sei que o caminho é torto, mas é na tortura que vou me encontrar. Enquanto não tenho espaço para ser ao seu lado, me afasto. Distancio-me para que seu tempo venha, para que a tortura seja bem vinda e para que a saudade bata. E o Depois?... Porventura nem exista.
Sobre o frio
Deus não tem Do. Um dia frio e um Sol diminuto. Dou marcha Ré para voltar ao verão. Mi Faz falta um calor. Lá de onde eu vim, Si faz frio a gente esquenta. Inventamos um Sol maior de calor humano...
terça-feira, 7 de maio de 2013
vergonha
Cruzou o meu caminho. nos cruzamos. em demasia, diferente tu és. condeno-me por assim ter feito. nunca foi tão pobre para a minha alma. agora agonizo a tua ida. Antes de nada, sei que te perdi - nunca te tive. Caminhamos em paralelo, portanto, com o portão entre nos. meu caminho foi para a direita e o teu seguiu em frente.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
May
Digo com poucas palavras. Significados poucos. Até a colher
que deforma a tua boca e o barulho que esta faz ao mastigar o alimento me encantam.
Tenho receio de ser o indesejado ao lado teu. Então, eu te liberto dessa
possibilidade. Amar-te-ei, pois, em segredo, em silêncio, até que meu coração
se aconchegue outra vez.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
sábado, 27 de abril de 2013
domingo, 21 de abril de 2013
Corresponder
- O que queres em troca do teu carinho e cuidado para
comigo?
(Quero tuas pernas enroscadas nas minhas, em noites ardidas
em frio. Quero tua alegria sendo com meu pranto e tua tristeza pesando com o meu
contentamento. Desejo tu, teu corpo nu e tuas futuras crias – nossas. Se
deveras posso pedir algo em troca, peço que a alma tua seja com a minha. Peço teu
amor.)
- Posso pedir qualquer coisa mesmo? Hm... Pensarei...
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Rugas
Falta de exacerbar o sentimento. Das complicações doentias. Da dor de tanto sentir. Sadismo de um segundo.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
sol
Meus olhos se encontram tanto na beleza dos teus que, quando
se cruzam, perco o controle e me desconecto por alguns instantes. Divago pra
dentro de você e até da vontade de te tocar por um segundo, ou minuto.
Desvarios...
em ti
Tem alguma coisa além dos teus pelos. Deve ser a dor omitida
no fundo das tuas pupilas. Ela, que casa com a minha.
domingo, 14 de abril de 2013
Café
E aquele cativeiro serviu até a luz findar, o sol cair, a
noite chegar, a dor partir. Por que tu somes tanto?
sábado, 13 de abril de 2013
barba
A perna treme por ti - não por frio. O olhar, tão profundo e misterioso, explode em luz ao te cruzar. Ilusão oriunda dos toques ébrios e cautelosos: doce. E o que teu silêncio me diz? “Salve-me”. O meu ainda assume um “te amo”.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
o que acompanha
No fundo é a solidão que permeia. A paixão que acaba. A droga
que aconchega. A beleza que se esvai...
domingo, 7 de abril de 2013
om
A solidão pega quando a noite vem. Quando a brasa do cigarro
queima perdida no asfalto. Quando a fumaça se dispersa no ar. Aí, além do Tudo,
sou Nada.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
suehtam
Esse cheiro de velho. Tão velho como essa estória. A coragem que me falta. E o piano que insiste e suplica aos dedos que criem mais músicas pra ti.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Noite
Aquele mundão de antigamente me parece tão pequeno agora.
E tudo o que, hoje, me é grande, será oco... certamente.
E que seja.
Oco e doce.
E tudo o que, hoje, me é grande, será oco... certamente.
E que seja.
Oco e doce.
segunda-feira, 18 de março de 2013
O que escorre
Matei um pedaço de mim. Por ti, não por mim – e isso dói em dobro. Acabei com um pedaço de nós. Meu sangue tropeçou nas veias. Saltou no pescoço. Saiu do controle. Fugiu de mim. Matei um pedaço em mim...
Dores dos seus amores
E, de repente, as suas palavras – ainda febrias –
transbordam doçura. Justo você, que outrora irradiava amargura. Ainda me
inspiro em ti. Não como antes, ardida em paixão... Agora só resta aquilo que
nada espera em troca.
terça-feira, 12 de março de 2013
Nossas conversas
A verdade é que você é sua frieza, seu pranto, seu temer,
sua vontade contida de amar reciprocamente. A verdade é que você é as suas
mentiras, sua solidão e seus excessivos mistérios. Só porque você guarda
sigilosamente seus segredos, não quer dizer que não existe a verdade. Essa é
uma das suas verdades. As outras, que habitam o seu âmago, talvez nem você as
conheça...
domingo, 10 de março de 2013
Ao onze de março
Prefiro as paixões efêmeras e supérfluas, que vêm por desejo
inócuo e se desprendem logo. (Anseio dos corpos sobre as canções que hoje os
unem e amanhã os afastam). Antes estes quereres, do que as paixões
dilacerantes. Antes o encontro puro, ano ou outro, do que o incômodo frequente.
sábado, 9 de março de 2013
Eu, objeto teu
Pode sair. Trair.Correr. Tentar fugir. Voltar pra casa. Sempre
estarei aqui. Braços abertos. Coração partido. Esperançoso, crente no amor. Ferido
na decepção. Preso pelo medo. Enfeitiçado pela paixão. Sofrido pelo
contentamento que não vem. Tantos, já feitos, desvarios...
O limite entre o amor e o medo
Li, uma vez, que o oposto do amor não é o ódio. Amor e ódio
andam juntos. O oposto do amor é o medo. O medo aprisiona e faz sofrer, enquanto
o amor liberta.
O amor é livre e é a base de tudo. E, por ser a base, ele
independe das coisas. Ele é essência. Ele é.
O relacionamento é puro quando há a cumplicidade e a
serenidade oriundas do amor transparente.
A paixão é o desejo. O querer estar perto. O sonhar
acordado. O tesão. É a mistura dos desejos carnais, do ego.
A paixão, e suas composições, pode ser (e desconheço quando
não é) acompanhada/ seguida de possessão.
A posse. O querer ter. O precisar. A carência. A dependência
do outro para ser feliz. O medo de perder . O ciúme. O sofrimento.
O limite entre o amor e o medo deve ser percebido com
discernimento. Saber escolher o melhor: Desejo ou plenitude? Sofrimento ou
contentamento? Prisão ou libertação? Apego ou amor maior?
Encontrar o equilíbrio entre o amor, a entrega e a
autossuficiência, se desprendendo do apego, é o limite entre o amor e o medo.
quarta-feira, 6 de março de 2013
cópias
[01:02:41] tenho um caso de amor e ódio por você
sabe por que eu odeio ?
[01:05:20] porque eu não quero ninguém, me sinto assexuada
[01:05:37] mas é só pensar em você que dá vontade de criar
um teletransporte só pra te ver fritar cebolas.
segunda-feira, 4 de março de 2013
-
Se não fosse tanto amor, tanta entrega, tanto querer. Ah, se
não fosse o reencontro, o renascer, o esquecimento. Se não fossem tantos “se’s”...
Ilusão. Nem assim a gente seria.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
VentilaDor
As lágrimas roliças teimam em rolar pela face. Pouco sinto,
nada sei. Poucos, ao meu lado, estão. Se é que são. As águas teimam. Rolam. Caem.
Sós.
Em homenagem ao Sim
Agora a gente se pertence sem se ter. Sem se ver. Sem se
ser. Agora somos nós, mesmo sendo eu e sendo você. Somos perdidos em terras de
ninguém (Muito prazer – somos amor.). Somos o que há por vir, por ficar, por
inexistir. Somos as canções que nos
separam, as que nos unem e as que desconhecemos. As poesias infiéis e distintas que se
completam. Agora somos um matrimônio invisível aos olhos (aos alheios
e,principalmente, aos nossos). Somos as ilusões doces e amargas que compõem o
que somos. Somos os sonhos. Somos a “inespera”. Somos a estrada (a distância). Somos nós, que
ainda não nos encontramos.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Hotel
Crio-te (perto de mim) mesmo quando você não existe. Não canso
de te olhar. Menina dos olhos. Dos olhos míopes. Míopes e escuros. Cor de
montanha. Minha menina. Amo-te inventada. Como você em mim.
Ao dez de março
Com açúcar, com afeto, hoje “a lua” saiu procurando você, com seu terno mais bonito.
[ Intertextualizações, de Chico no toca discos, causadas pela lua que surgiu no céu do meu quarto. Até as nuvens densas e ligeiras, vermelhas de amor, (que encobrem o redondo brilhante), estão belas por aqui.]
[ Intertextualizações, de Chico no toca discos, causadas pela lua que surgiu no céu do meu quarto. Até as nuvens densas e ligeiras, vermelhas de amor, (que encobrem o redondo brilhante), estão belas por aqui.]
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Caracóis teus
As velhas faces reconhecidas por tantos anos não despertam sequer
inócuo desejo. Tampouco as novas que
passam ligeiras. Mas basta o antigo amor surgir, que todas as poesias voltam à
boca (que fica seca, que se cala, que sorri tímida, que esquece o quanto já expulsou
a dor).
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Identidade
Queria
o suor alheio em suas mãos, seus dedos enroscados nas madeixas secas, sua pele
sob o toque cauteloso e seu corpo envolto pelo abraço. Não sei se por carência,
ou por amor, resolveu entregar-se aos segundos ébrios e efêmeros que embarcaram
no primeiro vento.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Teu, também
A chuva
caiu. Justo ela, tão linda, e eu não percebi. Só tive olhos pra você e ouvidos
para as suas canções. Agora desejo olhares trocados em cumplicidade. Cansei de
olhar para as mesmas costas – as suas.
Teu, não
Volto para ver-te de longe. Analisar teu sorriso
assimétrico. Para sentir o frio e desejar-te sob o meu corpo. Volto para escrever-te
poemas jamais entregues. Para sofrer por uma pequena distância inexistente. Para
sentir-me viva e capaz de renascer.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Teu
Apertos suaves entrelaçados para uma noite de surpresas. A paz
do teu abraço, do teu corpo rente ao meu, para que eu adormeça com um sorriso
armado no rosto. Dores para que a vida seja percebida e os sonhos desejados
ainda mais.
suclit
consumo a carne certa com gosto de prazer,
quero acabar com a fome nascida e crescida
em berço de ninguém. / engasgar-me em gozo./
rasgar-me na carne certa, amanhecida em prazer.
quero acabar com a fome nascida e crescida
em berço de ninguém. / engasgar-me em gozo./
rasgar-me na carne certa, amanhecida em prazer.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Ao adormecer: duas perspectivas.
A alma precisa voltar ao seu lugar. Então sai do corpo. Divaga
por espaços e realidades paralelas. Conhece mundos que vão além da barreira
material. Conecta-se com outras almas. Alimenta-se. Renova-se. E, na velocidade
da luz, volta ao cárcere do corpo.
Preciso dormir. Fecho os olhos e fico
inconsciente. Sonho com vários lugares e pessoas. Descanso. Um susto forte e
acordo.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Coletânea dos poemas boêmios: bic azul sobre guardanapo. (OU) Aquilo que se deve guardar
2. Deixa eu te matar, cá dentro de mim. Com todos os beijos e
lembranças que me levaram às nuvens em instantes passados. Que hoje seja o
último pesar, o último desejar. Tua última gota de esperança. A última música. Última poesia. Último
romance. Último olhar. Derradeira relação passageira.
3. Promessas vãs. Esperas vãs. Deduções vãs. Juras em vão. E que
sinta a falta do que não teve. Sinta a sobra da vila. A carência do meu amor
doce que você negou.
4. De que importa teu sorriso, tua beleza e teu desejo passado?
Já não me queres. Não me importo. Solto vãs palavras (frente à um fundo verde e
só). De todas que te desejam, quantas se oferecem? E qual das ofertas servem
pra tua’lma ferida? Perceberás quando eu não mais me importar, de vez.
5. Quando a doação é maior que a oferta (e quando ela não é
pura) há o pesar. Um adeus aos cabelos e às costeletas. Adeus ao teu sorriso
belo e penoso. Adeus ao ombro ofertado e ignorado da pior forma, em todos os
instantes.
6. A solidão pouco me importa. Ela é mais um incômodo alheio e
social, do que real. Me encanta a solitude. A autossuficiência. A capacidade de
ser, por mim – apenas. Não me perturbo com o fato de estar fisicamente só. Me encanta
o fato de estar preenchida “almamente”. Me vicia o doce gosto do amor.
7. Adorno colorido a sangue. Pouco sei se é sangue de dor ou
amor, às vezes me parece o mesmo pigmento. O mesmo pesar.
8.O que tu vês além de uma louca rabiscando um guardanapo
qualquer, em vez de dançar? -Pobre coitada solitária e descabelada pelo
ventilador.
9. E se quando o efeito
passar, eu continuar te querendo (ou
querer mais?) ? Ignoro teu nome e meu desejo por ti. Ignoro o acontecido, por
mais singelo significado passado. Bebo a água. Desejo-te. Analiso teu sorriso. Quebro-me
em mil pedaços exagerados. Recompor-me? Renascer, talvez.
(Poderia secar meu pranto com o trapo poético).
10. Certas vezes, eu volto com marcas de pés, de amor. Hoje volto
rabiscada à caneta. À solidão. À desamor. À álcool. À desilusão. Justo eu.
11. Quebrarei as unhas. As ilusões.
12. Despedida. Quanto menos melancólica, melhor.
13. Tudo vai, tudo volta, tudo vai de volta e nada fica.
14. De que adiantou ignorar-te falsamente? De nada. Nada foi
real. Nada se formou. Nada é. Muito menos o nós.
15. Já me conhecem. Meus desastres. Minhas paixões e ilusões. Meu
mundo que, em instantes, desmoronou. Me desconserto ao lado teu. Mas transforma-me
em poetisa. Te mando à merda porque te quero. Permaneço por te querer. Quero-te
por devaneio, por um segundo.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Questionamento
Sobre relacionamentos? Eles existem para o desenvolvimento humano. Seja um relacionamento materialista, ou de ódio, ou de amizade, ou uma relação a dois. Há dias medito sobre essa palavra: relacionamentos. E, agora, me dei conta de que seja qual for a forma de sua manifestação, será sempre uma relação de amor. Relacionamentos, que quem sabe um dia, nos levarão à paz do amor próprio. É isso que buscamos na vida. Nos relacionamos para encontrarmos e sentirmos a serenidade oriunda do amor.
Gratidão aos momentos
Me perguntaram se era uma carta de amor, respondi: "não deixa de ser.. uma carta de amor próprio. De gratidão."
E se me encontro só, nesse balcão, grata estou. Grata ao contentamento autossuficiente que me invade. Grata à vibração da música que pouco entendo. Grata aos nãos recebidos, aos amores esvaídos, às doses dobradas do dia. Estou absorvida por situações aceitas, músicas tocadas, amores passados desprendidos, doenças não curadas, amizades superficiais, conversas inacabadas, letras mal escritas (escarradas, eu diria).
Soltar fogos de artifício, portanto, para comemorar a vida que se esvai. À vida doce resumida no agora.
E se me encontro só, nesse balcão, grata estou. Grata ao contentamento autossuficiente que me invade. Grata à vibração da música que pouco entendo. Grata aos nãos recebidos, aos amores esvaídos, às doses dobradas do dia. Estou absorvida por situações aceitas, músicas tocadas, amores passados desprendidos, doenças não curadas, amizades superficiais, conversas inacabadas, letras mal escritas (escarradas, eu diria).
Soltar fogos de artifício, portanto, para comemorar a vida que se esvai. À vida doce resumida no agora.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Ana e o vendaval
Eu abro mão de ti e dela. Abro mão dos dois que embalam meus
dias com tão doces vozes. Abro mão da ilusão e do sofrimento vão, bem como o
amargo amor. Abro mão para que voem, e voltem – se forem pra ser.
Ato, o último
Senti a paixão me defenestrando no instante em que (mesmo
permanecendo imóvel, inexpressiva e vegetativa) as gotas amarguradas brotaram
do olhos. Envolvida, apenas, por lembranças longínquas e por um pedido de
perdão. Pedido em vão, perdido. Perdido em cada lágrima caída maquinalmente. Em
cada letra e lembrança. Em cada rasgo no miocárdio, causado por dedos de um
menino.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Para a Ana L.
Ela queria abraçar o mundo, sem saber que o universo todinho
estava dentro dela. Queria agarrar o palpável, com suas mãos, e não havia
percebido (até aquele instante) que ela era muito mais que um pedaço de carne
solto sob um pedaço de terra... Num espaço qualquer.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
Sobre uma Ironia
Você se desconcentra com os assovios que eu faço para encobrir
os muxoxos nojentos que você faz.
Gorfo existencial
Preciso gravar o que andei pensando, nos últimos dias. Quando
penso nos dias distantes, que estão por vir, visualizo as coisas diferentes de
como elas deveras são hoje. Aí então me dei conta de que se eu quiser que tudo
seja diferente no “futuro”, eu devo ser a diferença no agora. Esperar que um
dia as coisas se resolvam é uma vã filosofia. A mudança é real se for no
instante presente e se for de coração. Este é o único garantido.
E qual é a “grande questão”? Autossuficiência. Ser por si
só, sem depender de coisas finitas para estar em paz.
Sobre a paixão
A paixão é quando encontro alguém bonito e atraente, que me
faz imaginar um futuro feliz e perfeito em sua companhia. Aí desejo tanto esse
futuro, e desejo tanto esse ser, que me entrego à quem pouco conheço. Se um
mísero detalhe não se concretiza, sofro. O problema está na paixão, que me
cega, ou na entrega insustentável?
Em que consiste a liberdade? A autossuficiência? Conheço, me
entrego. Me dedico, imagino e espero. O desejo só à mim. Medo de perder. Me aprisiono.
Medo de perder ele, ou medo de me perder? Se eu me reflito no outro, e tenho
medo de perder o outro, tenho medo de me perder?
Me apaixono demais por como Eu seria no futuro, ao lado do
ser em questão. Desejo demais SER como eu me vejo, por isso desejo demais o
indivíduo. Ciúmes e medo de perder quem eu seria / sou ao lado de. Isso se reflete
no medo de perder o indivíduo. A autossuficiência é a questão. Ser feliz,
independente de quem me cerca.
Se me apaixono e sofro, é por medo de perder a chance de ser
feliz. Mas tudo parte de dentro. Tudo acontece no agora. Inclusive a escolha de
apenas Ser.
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