domingo, 4 de março de 2018

Leite

Branco e doce, como o leite do peito de minha mãe: retorno ao seio da vida, ao berço da recordação, do amor que outrora se perdeu pelo caminho.
Leite que nutre a vida.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

VINTE E SETE


Do sagrado fez-se o segredo. Silêncio.
O eterno e o amar, agora é só mar.
Mar de espera: esperança vã.
Mar dos meus olhos,
mar que escoa,
escorre entre as mãos,
feito sonhos que se perderam no caminho.
Nao há o colo que consola.
Há, todavia, o tempo... que passa.

Eu

Há um redemoinho dentro de mim;
Um turbilhão;
Um furacão;
Vento que me levanta.
Gira vida, gira sol.
Vento que me move:
Sopro da vida.
Vida... Epa! Hei de seguir
Por entre o caos da tempestade que fiz
Com as águas que brotam das fontes 
Dos olhos meus.
Ventania que me guia:
Óia eu...

sábado, 20 de janeiro de 2018

Puro como a neve

Quando meus olhos miram as longínquas montanhas (por vezes - horas ou dias - protegidas pela névoa densa e branca que dança, paira no ar), encontro-me, fluo, fruo, sou. Teus olhos são rios que correm por entre as montanhas, mas são - também -os próprios abismos que levam às águas, dos quais me jogo sem pensar, pelos quais meu medo de altura é esquecido.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Du

Das mãos espalmadas, o espanto:
O que vejo em tuas mãos fora outrora minha própria vida,
meus caminhos foram traçados em tuas linhas.
Olho, comparo: faz-se a pasmaria, seguida da paz.
Me reconheço em ti, me desconheço em mim.
Unimo-nos, fui em ti, és meu eu fora de mim.

3/3


(Ah, esses olhos teus...
olhinhos cor de lixo que me levam desse mundo.
Olhinhos de montanha: meu abrigo. )
O amor é quando o mar e as montanhas se encontram para ver o pôr-do-sol.
Amor é a dança dos nossos olhos, quando se cruzam.
é o balanço rítmico e fluido dos nossos corpos,
quando nossos corações se encontram;
é o passo junto;
é o mesmo pensar;
são as conversas infindas,
sem palavras,
que ressoam no silêncio.



3 Poemas dedicados ao meu irmão de alma, 
meu amor de outras vidas, 
meu eu fora de mim.

2/3

Entrei no teu mundo, amore mio!
Adentrei as camadas de pano que cobriam tua tez,
em noite enluarada - milanesa.
Nossos corações se fundiram,
transbordaram, dançaram tanto no pulsar sanguíneo:
viraram Onda no mar no universo.
Éramos tudo e nada.
Éramos a noite que dançava.
Éramos a onda no mar seco.
Éramos a escuridão que vibrava.
Éramos quem somos.
Fomos tão completos na eternidade que,
por sua suficiência,
efêmera fora.
Fomos a recordação do ser.
Éramos a lembrança de quem outrora fomos.
O tempo se desfez, bem como o espaço.
Teus abraços viraram o todo, comigo...
Fomos o todo, uno.
Fomos quem somos...