segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Conto sobre os últimos escritos


Ela viajava serenamente - feliz, apenas. Escrevia contos e poemas sem parar. Até o momento em que ouviu uma voz masculina, no fundo do ônibus, gritando “vamos, passe a carteira. Passe tudo.” Quando essa voz chegou ao seu lado, e para a sua face apontou a arma, ela paralisou. Não poderia entregar seus escritos. Então, levou uma bala entre os olhos. Seus escritos se eternizaram. O sangue escorreu. O povo calou. Escureceu. O ônibus parou. E a voz fugiu.


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