Ela viajava serenamente - feliz, apenas. Escrevia contos e
poemas sem parar. Até o momento em que ouviu uma voz masculina, no fundo do ônibus,
gritando “vamos, passe a carteira. Passe tudo.” Quando essa voz chegou ao seu
lado, e para a sua face apontou a arma, ela paralisou. Não poderia entregar
seus escritos. Então, levou uma bala entre os olhos. Seus escritos se
eternizaram. O sangue escorreu. O povo calou. Escureceu. O ônibus parou. E a
voz fugiu.
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