E então, depois de
anos trabalhando maquinalmente no mesmo lugar, ela resolveu pedir as
contas (por conta dos desejos do marido). Trabalhou seus últimos
dias como sempre, com um certo lamentar. Lavou as calçadas, para
deixá-las limpas e impecáveis, como costumava fazer. Tirou o pó,
lavou os panos. Fez chimarrão todas as tardes, para a patroa. Limpou
o chão. Então, foi, por fim, demitida. Depois passou em frente ao
antigo trabalho, e viu pessoas sujando as calçadas que ela havia
lavado com muito custo, num dia nublado que favoreceu seu receio de
não conseguir limpá-las devidamente (com medo da chuva que ameaçava
chegar). Continuou seu caminho, e sorriu, com certa nostalgia
escondida.
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