segunda-feira, 23 de julho de 2012

Conto sobre um velho solitário


A velhice é bem engraçada. Tem gente que morre jovem, logo em vida, como a FlorBela (que) Espanca o amor. Outros velhos que ficam morrendo e se matando psicologicamente antes da tão esperada morte física. Nestes casos que me pego refletindo. Vivem tantos longos anos, fazendo algumas coisas que não sei ao certo, por eu ter vindo alguns (60) anos mais tarde. Creio que nascem, aprendem coisas básicas e importantes, como plantar e cozinhar, então entram num casamento arranjado (e muito religioso), parem filhos, continuam existindo, se dão sorte – se amam, tornam-se avós, e então sofrem a morte que ainda não veio, mas morrem por sofrer a morte antecipadamente. E, então, enquanto esperam o fim (ou recomeço), ficam sentados numa cadeira de balanço, cantarolando músicas tristonhas e reconfortantes, com letras que dizem “espero que haja um lugar no céu para mim, e que as portas dele estejam abertas. Que lá eu encontre a felicidade”.

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