sábado, 8 de setembro de 2012

Conto sobre um passeio só


Parada 1

Estacionei minha Ceci na grama desse … “parque”. A deitei no chão e sentei ao seu lado. Precisamos parar, às vezes, e respirar.
Meninos jogam bola e gritam para libertar a raiva de um passe errado. Atrás de mim, um casal de crianças é fotografado no parquinho (a menininha é ruiva, linda, como eu desejava ser, nesse momento).

Minha perna cruzada (como em “índio”) começou a ficar dormente. As crianças conversam, serenas, o vento contínuo sopra refrescante. Preciso andar.
Precisava ir, mas não o fiz. Deitei na grama e, graças à isso, percebi a dança das imensas árvores sob minha cabeça. As crianças passam correndo por mim e, brincando entre si, pude ouvir umas frases melodiosas que diziam “Vucê não mi pega, vucê não mi pega”. “Peguei!”.
Resolvi pegar a estrada também.


Parada 2

Finalmente encontrei o lugar tão desejado. Deitei logo. Respiro ofegante. Subidas desgastam. Percebo o céu e as árvores entre os aros da roda da Ceci. O dia está lindo, perfeito para me encontrar. Vou em busca de outro canto.


Parada 2 ½

Andei alguns passos e logo encontrei o lugar que queria. Ainda que haja barulho e conversas, há silêncio. Cá, dentro de mim, há apenas a música que vem dos movimentos de meus órgãos vitais. Encontrei-me, por fim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário