sábado, 8 de setembro de 2012

Conto sobre um fato ofuscado


Foi como se houvesse o poder de previsão. Restou apenas o tempo de se aconchegar, como havia pensado, e inspirar profundamente o ar. Neste instante, a outra sai do quarto e se encontra com o antigo amor, sentado ao piano. Pega algo próximo a ele (que não a enxerga), e retorna de onde saiu, com a mais assustadora expressão de tristeza – nunca vista antes. Disfarça um sorriso para quem observava a cena (que já havia visto, antes de deveras acontecer), diz um oi e some.
Agora, já não sabia se sorria, pela intuição, ou se chorava pela traição.




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