Hoje eu resolvi pegar
ônibus com uns amigos e notei algumas coisas.
1- As pessoas ficam sem
reação quando você conversa com elas, perguntando alguma coisa
simples. Hoje perguntei para uma menina se ela lembrava qual música
que tinha a frase "que pena". Essa foi bem receptiva, até
cantou comigo. " O telefone, tocou novamente. Fui atender e não
era o meu amor. Será que ela ainda está muito zangada comigo? Que
pena! Que pena!"
Havia uma senhora, não
tão velha quanto a sua aparência, que estava com um menino pequeno em
sua proteção. Ela entrou na brincadeira do "estamos todos
enlatados aqui dentro, parecendo sardinha." e até complementou
dizendo "parece que estão carregando porcos, né?". Tudo
na maior alegria, o que foi bem divertido.
Enquanto isso, pessoas
olhavam estranho (segundo o que meu amigo falou). Mas eu não via
problema algum em interagir e cantar no ônibus. Já dizia Belchior
"Viver é melhor que sonhar", e, agora, digo mais: "cantar é
melhor do que reclamar." . E melhor ainda é reclamar cantando e
se divertindo - como fiz com poucos no ônibus.
Além desses dois
casos, havia uma outra menina que estava segurando um livro espírita.
Perguntei se era bom e ela não soube muito bem o que fazer. Entre um
sorriso tímido e algumas sílabas, percebi que ela havia gostado.
Depois de perceber que eu não era (tão) louca como parecia, ela até
me disse que começou a ler o livro ontem (livro, este, que já
estava quase na metade). E então o assunto desenrolou um pouco mais.
Cedi o lugar VIP pra ela (como nomeei o único lugar do biarticulado
em que não havia ninguém, por ser um canto apertado), e sai do
apertomóvel.
2) No terminal, eu peguei
outro ônibus. Agora estava eu e um outro amigo, apenas. Deixei ele
sentar na única poltrona livre, pois eu desceria logo e primeiro.
Foi por esse motivo que consegui ver a lua. Ela estava (e ainda está)
tão linda lá no céu, que - sem querer- fiquei muda e perplexa.
Automaticamente falei "Gente, olha a lua!! Que coisa mais
linda!". Ninguém se mexeu. Na verdade, percebi olhares de quem
olha para loucos ou drogados.
Se foi isso, não sei.
Em todo caso, eu prefiro (sim!) ser louca, se é esse o nome.