As lágrimas roliças teimam em rolar pela face. Pouco sinto,
nada sei. Poucos, ao meu lado, estão. Se é que são. As águas teimam. Rolam. Caem.
Sós.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Em homenagem ao Sim
Agora a gente se pertence sem se ter. Sem se ver. Sem se
ser. Agora somos nós, mesmo sendo eu e sendo você. Somos perdidos em terras de
ninguém (Muito prazer – somos amor.). Somos o que há por vir, por ficar, por
inexistir. Somos as canções que nos
separam, as que nos unem e as que desconhecemos. As poesias infiéis e distintas que se
completam. Agora somos um matrimônio invisível aos olhos (aos alheios
e,principalmente, aos nossos). Somos as ilusões doces e amargas que compõem o
que somos. Somos os sonhos. Somos a “inespera”. Somos a estrada (a distância). Somos nós, que
ainda não nos encontramos.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Hotel
Crio-te (perto de mim) mesmo quando você não existe. Não canso
de te olhar. Menina dos olhos. Dos olhos míopes. Míopes e escuros. Cor de
montanha. Minha menina. Amo-te inventada. Como você em mim.
Ao dez de março
Com açúcar, com afeto, hoje “a lua” saiu procurando você, com seu terno mais bonito.
[ Intertextualizações, de Chico no toca discos, causadas pela lua que surgiu no céu do meu quarto. Até as nuvens densas e ligeiras, vermelhas de amor, (que encobrem o redondo brilhante), estão belas por aqui.]
[ Intertextualizações, de Chico no toca discos, causadas pela lua que surgiu no céu do meu quarto. Até as nuvens densas e ligeiras, vermelhas de amor, (que encobrem o redondo brilhante), estão belas por aqui.]
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Caracóis teus
As velhas faces reconhecidas por tantos anos não despertam sequer
inócuo desejo. Tampouco as novas que
passam ligeiras. Mas basta o antigo amor surgir, que todas as poesias voltam à
boca (que fica seca, que se cala, que sorri tímida, que esquece o quanto já expulsou
a dor).
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Identidade
Queria
o suor alheio em suas mãos, seus dedos enroscados nas madeixas secas, sua pele
sob o toque cauteloso e seu corpo envolto pelo abraço. Não sei se por carência,
ou por amor, resolveu entregar-se aos segundos ébrios e efêmeros que embarcaram
no primeiro vento.
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Teu, também
A chuva
caiu. Justo ela, tão linda, e eu não percebi. Só tive olhos pra você e ouvidos
para as suas canções. Agora desejo olhares trocados em cumplicidade. Cansei de
olhar para as mesmas costas – as suas.
Teu, não
Volto para ver-te de longe. Analisar teu sorriso
assimétrico. Para sentir o frio e desejar-te sob o meu corpo. Volto para escrever-te
poemas jamais entregues. Para sofrer por uma pequena distância inexistente. Para
sentir-me viva e capaz de renascer.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Teu
Apertos suaves entrelaçados para uma noite de surpresas. A paz
do teu abraço, do teu corpo rente ao meu, para que eu adormeça com um sorriso
armado no rosto. Dores para que a vida seja percebida e os sonhos desejados
ainda mais.
suclit
consumo a carne certa com gosto de prazer,
quero acabar com a fome nascida e crescida
em berço de ninguém. / engasgar-me em gozo./
rasgar-me na carne certa, amanhecida em prazer.
quero acabar com a fome nascida e crescida
em berço de ninguém. / engasgar-me em gozo./
rasgar-me na carne certa, amanhecida em prazer.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Ao adormecer: duas perspectivas.
A alma precisa voltar ao seu lugar. Então sai do corpo. Divaga
por espaços e realidades paralelas. Conhece mundos que vão além da barreira
material. Conecta-se com outras almas. Alimenta-se. Renova-se. E, na velocidade
da luz, volta ao cárcere do corpo.
Preciso dormir. Fecho os olhos e fico
inconsciente. Sonho com vários lugares e pessoas. Descanso. Um susto forte e
acordo.
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Coletânea dos poemas boêmios: bic azul sobre guardanapo. (OU) Aquilo que se deve guardar
2. Deixa eu te matar, cá dentro de mim. Com todos os beijos e
lembranças que me levaram às nuvens em instantes passados. Que hoje seja o
último pesar, o último desejar. Tua última gota de esperança. A última música. Última poesia. Último
romance. Último olhar. Derradeira relação passageira.
3. Promessas vãs. Esperas vãs. Deduções vãs. Juras em vão. E que
sinta a falta do que não teve. Sinta a sobra da vila. A carência do meu amor
doce que você negou.
4. De que importa teu sorriso, tua beleza e teu desejo passado?
Já não me queres. Não me importo. Solto vãs palavras (frente à um fundo verde e
só). De todas que te desejam, quantas se oferecem? E qual das ofertas servem
pra tua’lma ferida? Perceberás quando eu não mais me importar, de vez.
5. Quando a doação é maior que a oferta (e quando ela não é
pura) há o pesar. Um adeus aos cabelos e às costeletas. Adeus ao teu sorriso
belo e penoso. Adeus ao ombro ofertado e ignorado da pior forma, em todos os
instantes.
6. A solidão pouco me importa. Ela é mais um incômodo alheio e
social, do que real. Me encanta a solitude. A autossuficiência. A capacidade de
ser, por mim – apenas. Não me perturbo com o fato de estar fisicamente só. Me encanta
o fato de estar preenchida “almamente”. Me vicia o doce gosto do amor.
7. Adorno colorido a sangue. Pouco sei se é sangue de dor ou
amor, às vezes me parece o mesmo pigmento. O mesmo pesar.
8.O que tu vês além de uma louca rabiscando um guardanapo
qualquer, em vez de dançar? -Pobre coitada solitária e descabelada pelo
ventilador.
9. E se quando o efeito
passar, eu continuar te querendo (ou
querer mais?) ? Ignoro teu nome e meu desejo por ti. Ignoro o acontecido, por
mais singelo significado passado. Bebo a água. Desejo-te. Analiso teu sorriso. Quebro-me
em mil pedaços exagerados. Recompor-me? Renascer, talvez.
(Poderia secar meu pranto com o trapo poético).
10. Certas vezes, eu volto com marcas de pés, de amor. Hoje volto
rabiscada à caneta. À solidão. À desamor. À álcool. À desilusão. Justo eu.
11. Quebrarei as unhas. As ilusões.
12. Despedida. Quanto menos melancólica, melhor.
13. Tudo vai, tudo volta, tudo vai de volta e nada fica.
14. De que adiantou ignorar-te falsamente? De nada. Nada foi
real. Nada se formou. Nada é. Muito menos o nós.
15. Já me conhecem. Meus desastres. Minhas paixões e ilusões. Meu
mundo que, em instantes, desmoronou. Me desconserto ao lado teu. Mas transforma-me
em poetisa. Te mando à merda porque te quero. Permaneço por te querer. Quero-te
por devaneio, por um segundo.
Assinar:
Comentários (Atom)