Me defenestra o peito
sentar no banco em que
sentávamos,
e me esquentar ao sol,
como o costume.
Olhar e não te ver,
mas achar-te em cada
cor,
em cada fio,
em uma madeira simples.
Procuro-te em vão,
e vazia, sem te achar,
continuo no rumo
que me chama.
Chama em combustão
que me queima inteira
e internamente.
Chama que me traz
a lembrança dos seus
olhos tímidos
desviando os meus,
e da sua boca carnuda
em contato com o doce
que te dei.
Chama, esta, que
expulsa
águas dos meus olhos e
me fazem arder a face.
Sento-me no banco em
que
costumávamos sentar,
sozinha contudo.
Vejo o passo passar,
mas desencontro o seu.
Sinto o sol aquecer um
pedaço de mim e
apenas penso
“por qual razão a
outra parte
não está sendo
aquecida também?”
Mas, afinal,
em que parte do mundo
minha outra parte está?
Aonde está você,
meu amor?
E depois,
se de tanto penar,
eu cansar?
Aonde estará você,
meu bem?

(para ser ouvido após a leitura do poema)
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