sexta-feira, 20 de abril de 2012

Meu caminho torto


A chuva cai em efêmeras partes
e as gotas se dissolvem na fumaça do cigarro.
As estradas retas não me atraem,
e, de todas, a mais curva me fascina.
Ainda que eu sinta o calor da luxúria
passeando em meu cárcere,
não posso deixar de expressar
toda a repugnância que surge
quando eu percebo, em meio à bruma,
sua tez enroscada em outra (que não a minha).
Covarde.
Gritar é como um túnel repleto de palavras vazias
que serve, apenas, para esvaziar o peito nesse movimento catártico.
Para que eu continue no devaneio eterno,
crendo que sua paz só é completa na minha,
e para você reafirmar à ti mesmo
que meu caminho torto
é reto demais para o seu.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Desconexo

Serena noite,
Iluminada pela formosa lua,
Apegada, estou, às escassas lembranças.
Meu desespero se fez presente
ontem, em meu leito -
Guardado pela
Incerteza de nós dois.
Derradeiro beijo
Onírico em mim.
Ainda sinto
Nossa união.
Ofuscados estão, porém,
Muito dos sonhos em que estivemos presentes.
Ah, meu peito se
Encontra defenestrado.
Tua imagem se foi.
Um suspiro de lamento,
E só.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mão Desa(r)mada

E se tu não tivesses que partir ?
E se pudéssemos escolher o destino
[do caminho que pegamos?
E se pudéssemos amar
[à quem nos dá amor?
Às vezes é preciso perder
para desapegar,
é preciso receber em excesso
para saber dosar,
e é preciso sentir medo da distância
de quem está sempre ao lado,
para dar valor.