quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Questionamento

Sobre relacionamentos? Eles existem para o desenvolvimento humano. Seja um relacionamento materialista, ou de ódio, ou de amizade, ou uma relação a dois. Há dias medito sobre essa palavra: relacionamentos. E, agora, me dei conta de que seja qual for a forma de sua manifestação, será sempre uma relação de amor. Relacionamentos, que quem sabe um dia, nos levarão à paz do amor próprio. É isso que buscamos na vida. Nos relacionamos para encontrarmos e sentirmos a serenidade oriunda do amor.

Gratidão aos momentos


Me perguntaram se era uma carta de amor, respondi: "não deixa de ser.. uma carta de amor próprio. De gratidão."

E se me encontro só, nesse balcão, grata estou. Grata ao contentamento autossuficiente que me invade. Grata à vibração da música que pouco entendo. Grata aos nãos recebidos, aos amores esvaídos, às doses dobradas do dia. Estou absorvida por situações aceitas, músicas tocadas, amores passados desprendidos, doenças não curadas, amizades superficiais, conversas inacabadas, letras mal escritas (escarradas, eu diria). 
Soltar fogos de artifício, portanto, para comemorar a vida que se esvai. À vida doce resumida no agora.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ana e o vendaval


Eu abro mão de ti e dela. Abro mão dos dois que embalam meus dias com tão doces vozes. Abro mão da ilusão e do sofrimento vão, bem como o amargo amor. Abro mão para que voem, e voltem – se forem pra ser. 

Ato, o último


Senti a paixão me defenestrando no instante em que (mesmo permanecendo imóvel, inexpressiva e vegetativa) as gotas amarguradas brotaram do olhos. Envolvida, apenas, por lembranças longínquas e por um pedido de perdão. Pedido em vão, perdido. Perdido em cada lágrima caída maquinalmente. Em cada letra e lembrança. Em cada rasgo no miocárdio, causado por dedos de um menino. 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Para a Ana L.


Ela queria abraçar o mundo, sem saber que o universo todinho estava dentro dela. Queria agarrar o palpável, com suas mãos, e não havia percebido (até aquele instante) que ela era muito mais que um pedaço de carne solto sob um pedaço de terra... Num espaço qualquer. 

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sobre uma Ironia


Você se desconcentra com os assovios que eu faço para encobrir os muxoxos nojentos que você faz.

Gorfo existencial


Preciso gravar o que andei pensando, nos últimos dias. Quando penso nos dias distantes, que estão por vir, visualizo as coisas diferentes de como elas deveras são hoje. Aí então me dei conta de que se eu quiser que tudo seja diferente no “futuro”, eu devo ser a diferença no agora. Esperar que um dia as coisas se resolvam é uma vã filosofia. A mudança é real se for no instante presente e se for de coração. Este é o único garantido.
E qual é a “grande questão”? Autossuficiência. Ser por si só, sem depender de coisas finitas para estar em paz.

Sobre a paixão

A paixão é quando encontro alguém bonito e atraente, que me faz imaginar um futuro feliz e perfeito em sua companhia. Aí desejo tanto esse futuro, e desejo tanto esse ser, que me entrego à quem pouco conheço. Se um mísero detalhe não se concretiza, sofro. O problema está na paixão, que me cega, ou na entrega insustentável?
Em que consiste a liberdade? A autossuficiência? Conheço, me entrego. Me dedico, imagino e espero. O desejo só à mim. Medo de perder. Me aprisiono. Medo de perder ele, ou medo de me perder? Se eu me reflito no outro, e tenho medo de perder o outro, tenho medo de me perder?
Me apaixono demais por como Eu seria no futuro, ao lado do ser em questão. Desejo demais SER como eu me vejo, por isso desejo demais o indivíduo. Ciúmes e medo de perder quem eu seria / sou ao lado de. Isso se reflete no medo de perder o indivíduo. A autossuficiência é a questão. Ser feliz, independente de quem me cerca.
Se me apaixono e sofro, é por medo de perder a chance de ser feliz. Mas tudo parte de dentro. Tudo acontece no agora. Inclusive a escolha de apenas Ser.